Confira as principais patologias do quadril, que causam as queixas frequentes no consultório do dr. Alessandro Veschi:
Artrose
Artrose do Quadril é uma doença degenerativa crônica, caracterizada pelo desgaste progressivo da cartilagem articular e pela neoformação óssea nas superfícies e margens articulares (“bicos de papagaio”). Também conhecida como osteoartrose, osteoartrite e artrite degenerativa do quadril, ou simplesmente coxartrose. A coxartrose secundária pode acometer idosos e jovens e é decorrente de doenças prévias do quadril, como as da infância (Legg-Calvé-Perthes, escorregamento da epífise proximal do fêmur (epifisiólise), artrite séptica (infecção), displasia do desenvolvimento do quadril (luxação congênita), impacto femoroacetabular, doenças inflamatórias (reumatismos), sequelas de fratura, operações prévias, dentre outras causas etc. É uma das afecções mais incapacitantes do aparelho locomotor, pois o quadril é uma articulação de carga, com grande amplitude de movimentos, e mesmo pequenas alterações podem levar a um déficit funcional significativo.
Fratura de Quadril
O número de Fraturas do Quadril e cirurgias para estas fraturas tem um aumento significativo nos últimos anos. Estima-se que a partir de 2050 mais de 6 milhões de fraturas do colo femoral ou transtrocantérica ocorram em todo o mundo. Isto é explicado pelo aumento no número de idosos e por consequência na incidência de osteoporose. As fraturas geralmente ocorrem dos 65 aos 99 anos e são 3 vezes mais comuns em mulheres. Nesta etapa da vida, ocorre redução na formação óssea causada principalmente pela menor produção de hormônios. Com ossos mais fracos, os idosos tem risco aumentado de fraturas na coluna, punhos e quadris. Os idosos também possuem outras características que os fazem propensos a fraturas: quedas mais frequentes devido ao equilíbrio prejudicado, efeitos colaterais de medicações, dificuldades de visão, metástases ósseas de tumores e menor agilidade para evitar situações de risco. Aproximadamente metade dos pacientes idosos com fratura do quadril não consegue viver independentemente após a fratura. A taxa de mortalidade no primeiro ano após a fratura varia de 12 a 37 % em diferentes estudos. Apesar disso, a maioria dos idosos retorna ao nível de atividade ou vive prazerosamente após o tratamento. Um terço dos pacientes com fratura de fêmur proximal são submetidos a cirurgia de artroplastia do quadril (prótese do quadril). Fraturas de fêmur proximal em adultos jovens são menos frequentes que em idosos e geralmente são consequência de doenças que enfraquecem os ossos ou traumas de alta energia, como acidentes de trânsito.
Impacto Femoroacetabular (IFA)
O movimento do quadril se faz com a cabeça do fêmur que deve ser totalmente esférica, e se articula com o acetábulo que também deve ser esférico e congruente (encaixado) na cabeça. Durante o movimento de flexão do quadril, o colo do fémur pode entrar em contato de forma anormal, devido a uma deformidade da cabeça do fêmur ou do acetábulo. Essas alterações no formato e no funcionamento biomecânico do quadril é conhecido como Impacto Femoroacetabular (IFA). Podemos dizer que existe três tipos de impacto, CAM ou CAME, PINCER e Misto.
Tendinite Glútea
Tendinite Glútea é uma condição aguda em que os tendões que ligam o músculo ao osso ficam inflamados. Os tendões são cordões fibrosos ricos em colágeno que servem como âncoras flexíveis dentro e ao redor das articulações do corpo. Eles têm em muitos formatos e tamanhos, desde os pequenos, que permitem os movimentos dos dedos, para os maiores, como o tendão dos Glúteos que garantem a deambulação. Há muitas razões pelas quais um tendão pode se tornar inflamado e, quando isso acontece, pode ser doloroso. A dor tende a ser sentida mais profundamente no local de inserção, onde o tendão se liga ao osso. Também pode ser fortemente sentido onde o músculo e o tendão se conectam. Problemas crônicos de tendão são comumente referidos como tendinose ou tendonopatia. Isso simplesmente se refere a alguma condição patológica do tendão, que pode causar dor, inflamação e limitação da mobilidade.
Bursite Trocantérica
A Bursite Trocantérica no Quadril é um problema que afeta uma grande parcela de pessoas sedentárias ou que permanecem sentadas por muito tempo. No entanto, também pode atingir corredores (maioria mulheres) e praticantes de atividades com movimentos repetitivos do quadril. O termo “bursite” consiste na inflamação da bursa, uma pequena bolsa de líquido que reduz o atrito entre duas articulações e facilita o movimento. Quando está inflamada, a bursa não desempenha adequadamente o papel de reduzir esse atrito e ainda causa dor. Além da bursite no quadril, é muito comum desenvolver a inflamação em ombros, joelhos e cotovelos por serem articulações muito utilizadas.
Osteonecrose do Quadril
A Osteonecrose da Cabeça Femural, também conhecida por Necrose Avascular da Cabeça Femoral é causada por distúrbio de sua vascularização (circulação vascular). Acomete preferencialmente o adulto jovem, de terceira à quinta década e pode causar incapacidade devido a necrose propriamente e a artrose secundaria que acomete a articulação. Esta condição está associada a vários fatores predisponentes, como por exemplo o alcoolismo, sequelas de trauma, uso de corticoides e a doença da gota, que são as mais comuns encontradas. Com frequência a osteonecrose da cabeça femoral acomete os quadris dos dois lados. O sexo masculino é o mais afetado.
A clínica é dor, que pode ser de início súbito ou progressivo, geralmente acomete a região inguinal (virilha), mas não obrigatoriamente, com irradiação para região interna da coxa e joelho. Além da dor, o paciente apresenta progressivamente limitação da mobilidade do quadril acometido, com dificuldade de calçar calçados, amarrar cadarços e cortar unhas dos pés. A osteonecrose da cabeça femoral é frequentemente progressiva, isso é, a cabeça vai necrosando (morrendo). Quando a doença progride ocorre colapso (desabamento) da cabeça femoral, com isso a cartilagem articular que está apoiada sobre o osso, perde sustentação e acaba degenerando e morrendo (artrose), causando dor e perda da função do quadril. Em alguns casos, entretanto, a doença mantém-se estacionária ou evolui muito lentamente. Neste caso, os sintomas são leves ou ausentes, podendo permanecer desta maneira por longo período de tempo.